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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Arnaldo pede reflexão sobre questão ética da arbitragem no futebol atual

Comentarista da TV Globo critica fato de o presidente da Comissão de Arbitragem da FPF achar 'normal' árbitro prestar serviços a clubes de futebol


Na última sexta-feira uma notícia agitou o futebol paulista. Às vésperas da decisão do torneio, a Federação Paulista de Futebol anunciou que estava afastando o árbitro Rodrigo Braghetto, sorteado para apitar a final, do comando da arbitragem no jogo entre Santos e Corinthians após a descoberta que uma empresa de sua propriedade presta serviços ao Corinthians. Guilherme Ceretta de Lima foi escolhido em um novo sorteio e arbitrou o jogo, que terminou em 1 a 1, garantindo ao Timão seu 27º título Paulista. Braghetto, como consequência, resolveu encerrar sua carreira (assista ao vídeo).
- Tivemos uma semana muito ruim em termos de arbitragem no Brasil. Tivemos alguns fatos que merecem uma reflexão. É uma reflexão sobre um assunto muito importante, que é a ética. Hoje no Brasil se banalizou a ética – falou o comentarista de arbitragem da TV Globo, Arnaldo Cezar Coelho, começando a sua explanação.

- Os valores estão se perdendo e daí é só ladeira abaixo - interrompeu a cantora Fafá de Belém, atração musical do programa.
- O árbitro (Braghetto) escolhido por sorteio para apitar a final entre Santos e Corinthians recebeu uma ligação do presidente da Comissão de Arbitragem da FPF dizendo o seguinte: “olha, acho melhor você sair do jogo, porque existe uma denúncia de que você presta serviços para o Corinthians e acho que você vai ficar em uma situação delicada, se dá pênalti vão dizer que você está comprometido”. E o árbitro achou ruim. O diretor de arbitragem, que sabia disso, o colocou no sorteio. Não era nem para ter colocado – emendou Arnaldo.

Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, falou que não via problema algum em Braghetto ter uma empresa que presta serviços a clubes de futebol.

- Eu fiquei estarrecido. Está tudo errado. Será que o diretor de árbitro, e eu gosto dele, mas ao considerar isso normal, ele banalizou (a ética). no futebol, a arbitragem é coisa séria. Colocaram outro árbitro, que foi bem. Acho que a forma que se encara isso não é séria – concluiu Arnaldo.

Segundo o comunicado divulgado pela FPF na sexta, Braghetto pediu dispensa à Comissão de Arbitragem “a fim de evitar qualquer tipo de polêmica que pudesse prejudicar a competição, já que sua empresa, a Apto Esportes, presta serviços ao departamento amador do Sport Clube Corinthians Paulista”. O ex-árbitro negou a informação.

- A gente está se acostumando a achar normais coisas que não são. O Brasil é um dos países mais violentos, fila na saúde pública, e isso é no Brasil inteiro. E não é para se conformar, é para gritar. Um arbitro não pode ter um clube como cliente. Coisas que não são absolutamente normais, a sociedade brasileira está anestesiada, aceitando as coisas. Não é para aceitar – opinou Marco Antônio Rodrigues.

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