A arbitragem nacional desde 1992 até hoje
houve altos e baixos, não ficariam de fora os comandantes da Conaf. Os árbitros
das regiões Sul e Sudeste sempre foram os que se beneficiaram das escalas e dos
jogos no Brasil e fora. Desde escudos de nível internacional à indicação para
as copas do mundo.
Vejamos
as novas peripécias que encontramos mais uma vez, uma comissão de apenas três
regiões: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E mal assumiram já começaram a fazer
trapalhadas nas suas decisões, rebaixaram árbitros e assistentes para duas
categorias inferiores, diminuíram várias escalas de árbitros de outras regiões,
principalmente, do Norte e do Nordeste.
Não
me surpreendo ver este tipo de comando que só pensa em seus interesses pessoais
e também de seu grupo. Quando inicia um trabalho e já se vê que não terá uma
arbitragem realmente brasileira, ou seja, que não teremos várias oportunidades
para todos os árbitros de várias regiões com maior frequência.
Vamos
analisar alguns aspectos que fizeram da arbitragem brasileira pertencer a um
clã maldoso e que trouxe só prejuízos a todos que fazem parte do futebol,
principalmente aos árbitros e aos assistentes. Quando aparece um comandante que
inicia um trabalho de valoração e dá oportunidades para todas as regiões,
acontece o inesperado: vez um grupo e planta um clima de instabilidade na
arbitragem.
Desde Ivens Mendes
que abriu espaço para os árbitros do Nordeste, onde tivemos quatro árbitros e
seis assistentes (FIFA) e também participaram de grandes jogos no campeonato
brasileiro. As regiões que sempre foram beneficiadas começaram a tentar
derrubar o presidente e diminuir o poder que detinha e até conseguir tirá-lo do
cargo. Veio o Amando Marques e começou a desmantelar os que faziam parte do
quadro internacional e voltou o que era antes. Sabem muito bem Dacildo
Mourão-CE e José Elias Guedes de Gusmão-AL.
Aparece
outro e oportuniza espaço para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, faz
crescer a arbitragem destas regiões e coloca novos árbitros e assistentes no
cenário nacional. Mas vem a roda-gigante dos estados influentes e passa o rodo
por cima de novo e acaba tirando o espaço antes conquistado.Por que as regiões
Norte e Nordeste sempre foram as mais prejudicadas e discriminadas? Todas as
comissões de cada estado têm o mesmo peso e voz.
Até
há uma região que sempre foi excluída maciçamente e nunca teve um representante
na FIFA no masculino como árbitro e assistente: a região Norte. Dizer que não
tem gente competente e capaz é uma grande mentira. O que precisa é respeito e
dignidade, ou seja, oportunidade concreta e permanente.
Veja
que adentraram no comando atual e a maior parte das escalas de todas as séries
é dada as regiões Sul e Sudeste. Que grande vergonha! Rebaixou os árbitros de
outras regiões para justificar a não escalação. Que absurdo, faz com alguns,
mas não tem coragem de fazer com os FIFAs, como também os que fazem parte do
grupo dessas regiões.
Ainda
querem tirar as vagas que o Nordeste tem no quadro internacional e dos outros
quadros, querem colocar os deles, ou seja, das regiões que fazem parte do
grupo. Que tanta hipocrisia!
Alegam
que os árbitros das regiões citadas são fracos, não têm força para comandar uma
partida, não sabem agir, não têm pulso firme e ainda mais não sabem das regras.
É outro contraditório, na maioria dos estados que fazem a pré-temporada os
instrutores em maior número vêm das regiões ditas evoluídas. Que são fracos na
verdade? São os árbitros e os assistentes dessas regiões ou são os instrutores
que foram ministrar? Na verdade são os que preparam, trazem uma técnica errada
e ensinam o que não ajuda na prática.
Até
hoje o maior foco de corrupção foi em São Paulo. Foram cúmplices do esquema a
CBF, FPF, a ANAF e o Sindafesp. O sr. Edílson Pereira de Carvalho usou de um
meio ilícito para ser árbitro de futebol, nada de meritocracia, utilizou um
certificado de segundo grau falso, aí foi a gota d´água. Chegou à FIFA e comandou
vários jogos importantes. Depois descobriram a artimanha do cujo dito. O lógico
era ser banido do futebol como árbitro, mas não foi assim que aconteceu. Trouxe
outro diploma e até hoje não se sabe se era verdadeiro ou não, mas deixaram
permanecer no quadro internacional. E não deu outra, sujou a arbitragem
nacional. Muitos árbitros dessas regiões que têm influência sobem não por
meritocracia, e sim por politicagem ou trocas de favores.
Ainda
bem que temos os sites que falam sobre arbitragem nacional, são eles que ajudam
a desenvolver o nível em todos os aspectos, elogiam, criticam, denunciam as
mazelas nos estados e nos fazem refletir como melhorar o desempenho técnico,
profissional, físico e até pessoal dos nossos árbitros e assistentes. Parabéns
a todos eles, ficamos felizes nestes tempos encontrarmos gente que ainda quer o
bem para arbitragem nacional.
Queridos árbitros das
demais regiões, não se iludam com esta comissão, vão dar migalhas em escalas,
para enganar os estados menos favorecidos e deixar o melhor para os árbitros do
grupo deles. Este filme já é velho. E quando nós acordarmos em berço
esplêndido, veremos o quanto fomos deixados para trás. Viva a democratização
falsa de um grupo já conhecido e vivido no meio futebolístico. Apadrinhamento não,
meritocracia sim!
Fica uma reflexão: só
teremos uma arbitragem realmente brasileira e eficaz quando todas as regiões
forem tratadas com igualdade e respeitadas pela sua importância. Senão
ficaremos na mesma política do café-com-leite, ou seja, as coisas tendem a
piorar e pode voltar à corrupção no futebol. Depois não digam que não foram
avisados e alertados.
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